Terra, 5 de Janeiro de 2015.
Acordei no meio da noite, após um sonho estranho. Um sonho,
que mesmo eu sendo um escritor, me faltam palavras para explicar o que
presenciei. Decidi ignorar aqueles sons e imagens sem explicação e voltar a
dormir, mas por mais que tentasse não mais podia. Fiquei rolando de um lado pro
outro sem conseguir pregar os olhos.
Neste
instante, a luz do Sol entrava pela janela, e toda essa luminosidade acabou com
qualquer chance de eu pegar no sono novamente. Mas que horas são? Olhei para o
relógio ao lado de minha cama, e me espantei com a hora, mostrava 3:03 da
manhã. O relógio só poderia estar errado, toda aquela luz às 3 da manhã? Nem
mesmo estando no verão, o Sol ainda não teria nascido a essa hora.
Tentava ignorar agora, não só meu
sonho maluco, mas também o relógio quebrado e a luz do Sol em minha janela, pra
dormir um pouco mais. Cobri a cabeça, na tentativa de escurecer um pouco a luz.
Mesmo com a cortina fechada, e o cobertor em minha cara, ainda estava muito
claro. De repente ouvi uma voz me falar:
- Levante-se, Levante-se Agora!
Meus movimentos foram mais rápidos
que meus pensamentos. Levantei-me num salto, e agora já estava de pé ao lado da
cama, sem entender o porquê da ação. Mas que voz era aquela? Moro sozinho, com
exceção de minhas únicas companhias, Bart e Liza, meus dois gatos que até então
não falavam. Olhei para os lados na tentativa de encontrar o dono daquela voz.
- Quem está aí? Disse.
Nenhuma resposta. Perguntei
novamente:
- Tem alguém aí?
E para meu espanto, a luz que
entrava pela janela, começou a piscar em diferentes cores. Ok, ou eu estou
completamente maluco, ou o Sol se cansou de ser amarelo. Fui até a janela e
abri a cortina, e para me espantar ainda mais, não era o Sol das três da manhã
de uma madrugada sem sentido que brilhava. Ao invés disso, o que piscava em
diferentes cores, era não uma, mas várias luzes que pairavam sobre meu jardim.
Certo, enlouqueci de vez.
- Não, você não está maluco.
Era aquela voz novamente. Olhei para
os lados de novo, sem enxergar ninguém. Um tanto assustado e confuso, fechei
meus olhos na tentativa de me acalmar, e tentar entender o que acontecia.
- Não tenha medo. Não pretendemos
lhe ferir.
Dessa vez, a voz era diferente. Uma
voz doce e angelical. Senti-me calmo e seguro. E ainda com os olhos fechados
perguntei:
- Quem está aí?
E para minha surpresa, veio a
resposta.
- Abra os olhos e veja.
Abri os olhos, e para me espantar um
pouco mais, duas daquelas luzes brilhantes, flutuavam dentro do meu
quarto.
CONTINUA...